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A utilização de barramentos blindados em edifícios de uso coletivo

A utilização de barramentos blindados em edifícios de uso coletivo

 

Solução traz várias vantagens, mas uso ainda esbarra na questão do custo. Expectativa é que Copel revise norma que exige nível de queda de tensão mais rigoroso em comparação ao cabo.

 

Apesar de ser utilizado em edificações de uso coletivo há mais de 20 anos, o barramento blindado ainda é desconhecido por muitas construtoras e instaladores para esta aplicação.

 

Seu uso, sem dúvida, tem inúmeras vantagens sobre o sistema convencional que utiliza cabos de cobre isolados instalados em eletrodutos,ou mesmo diretamente em espaço de construção, os famosos shafts verticais. Apesar dessas vantagens, o custo da instalação nem sempre é o mais econômico.

 

Algumas condições tornam a aplicação do barramento blindado mais vantajosa, inclusive economicamente. A primeira delas e a mais importante é que a medição de energia das unidades consumidoras seja descentralizada, ou seja, que os centros de medição estejam distribuídos nos pavimentos da edificação. Outro ponto importante é que a edificação possua mais de 15 pavimentos e que também tenha um grande número de unidades consumidoras. Quanto maior o número de pavimentos e de unidades consumidoras, maior será a vantagem em utilizar barramento blindado.

 

As principais vantagens dessa solução:

 

  1. O pouco espaço que ocupa na edificação. Item cada vez mais disputado pelas instalações;

 

  1. Rapidez na montagem: por volta de três dias para uma edificação com 25 pavimentos, com 100 unidades consumidoras;

 

  1. Redução de perdas na obra provenientes de furto e desperdício provocado por sobras de cabos;

 

  1. Facilidade num futuro atendimento ao aumento de carga das unidades consumidoras;

 

  1. Inclusão e exclusão de novas unidades consumidoras;

 

  1. Condição favorável para as medidas de prevenção de incêndio devido à compartimentação vertical;

 

  1. Devido ao baixo fator de diversidade em edifícios de uso coletivo, o nível de queda de tensão na prática é baixíssimo, ou seja, a tensão verificada nos pavimentos mais altos é praticamente a mesma observada na entrada de energia da edificação.

 

O primeiro projeto em Londrina a utilizar o barramento blindado foi o Edifício Lac Royal, projetado em 1999 e inaugurado em 2002. Desde esta época até hoje mais de 150 edifícios foram construídos na cidade utilizando esta solução. Considerando que a indústria da construção civil busca cada vez mais a racionalização dos processos, a qualidade dos materiais e a integração de sistemas construtivos modernos, a utilização do barramento blindado é sem dúvida uma excelente solução.

 

Apesar de ser normatizado pela ABNT, apenas recentemente a Copel elaborou uma norma sobre o uso do barramento blindado em edifícios de uso coletivo. Desde a publicação da norma, o uso do barramento blindado ficou em desvantagem em relação ao uso do cabo visto que a Copel passou a exigir para o primeiro um nível de queda de tensão mais rigoroso do que até então era exigido. A norma fixou uma queda de tensão máxima de 2% para o barramento mantendo 4% para os cabos. Este problema já é de conhecimento da Copel e na próxima revisão de norma os níveis de queda serão equiparados, conforme informa o engenheiro Adriano Prado de Souza, da Copel,em destaque no box desse artigo.

 

 

 

Posição da Copel sobre a questão

Entrevista com o engenheiro Adriano Prado de Souza, gerente do Departamento de Medição da Copel.

 

Realizar: Na visão da Copel, traçando um comparativo entre cabos e barramentos blindados, é possível afirmar se um tem vantagens ou desvantagens sobre o outro?

Eng. Adriano: A Copel entende que as novas tecnologias, além de tendência, começam a se tornar necessárias em vários campos. Situações que antes poderiam ser entendidas como desvantagem técnica, comercial ou ainda de segurança se mostram hoje muito favoráveis fazendo com que se possa avançar em novos desenvolvimentos e aplicações. Assim é o caso do barramento blindado que há muito tempo era aplicado em ambiente industrial. Quando trazido para o ambiente residencial/comercial precisou se adaptar em aspectos de perdas comerciais e de segurança, mas que rapidamente atendeu as expectativas. Comparar cabos e barramentos blindados passa pelos aspectos técnicos mas acaba na questão financeira. E esta não envolve somente os elementos cabo e barramento, mas também um fator tão disputado hoje na construção civil que é a luta por espaço.

 

Realizar: Para os primeiros edifícios com o barramento blindado, liberados pela Copel, ainda não existia uma norma específica para a aplicação do mesmo. Nesse período, o nível de queda de tensão máximo exigido era o mesmo para cabos e barramentos, ou seja de 4%. A partir da publicação da norma de barramentos blindados, a Copel passou a exigir um nível de queda de tensão mais rigoroso para o barramento blindado, de no máximo 2%, mantendo os cabos com uma exigência de 4%. Existe alguma justificativa técnica para isso? Essa situação é definitiva?

Eng. Adriano: A publicação da norma de barramento blindado veio atender a uma necessidade apresentada por alguns projetistas no ano de 2013 que passaram a adotar o barramento em seus projetos como forma de ganhar espaço físico nas instalações. Em números da época, ficava clara a diferença em comparação com cabos para atender a mesma situação, sob a ótica física e financeira. Assim, a Copel a fim de atender as necessidades passou a receber estes projetos e, juntamente com os projetistas, aprovar por meio de observações. Esta experiência somada às situações de vistoria em campo e ainda alguns trabalhos feitos com fabricantes do ramo e troca de experiências com outras concessionárias ajudaram a formatar a norma como é conhecida até hoje. Os aspectos então de queda de tensão não foram colocados em comparação pela Copel, apenas tratou-se isoladamente o tema barramento blindado. Esta diferença não se revela como vantagem ou desvantagem para a Copel pois, sendo escolhida pelo projetista qualquer uma das alternativas, desde que atendidas as definições da norma específica, ambas atenderão ao objetivo final. Recentemente, a Copel recebeu sinalização de alguns projetistas que apontaram tal diferença como sendo fator de impedimento no uso do sistema, sob o aspecto financeiro. Sendo assim, a Copel iniciou trabalho de revisão da norma a fim de igualar este aspecto técnico, de modo que ao optar pelo barramento ou pelo uso de cabos, que a decisão passe pela análise técnica, mas que este ponto não seja o diferencial excluindo uma ou outra alternativa.

 

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